11 de fevereiro de 2010

Minha gaveta quebrou e dela saiu um animozinho que faltava

Há uma gota de sangue em cada poema.

Há poesia nas paredes de toda casa,
nos vasos de flores que tudo escutam e veem.
Há poesia na nuvem que passa,
formatos inconfessos que o olhar cuidadoso deflagra.
Há poesia na vida e na morte
A morte morrida à duras penas vivida.

Há poesia no trânsito caótico
No cinza-concreto de todo dia,
no caminho do pão-nosso de cada dia.
Há poesia na reza, no choro inconsolável,
no riso que estala
na hora certa (ou errada).

Há poesia às cinco da manhã,
no primeiro abrir de olhos do dia.
Há, sim, poesia nos dias,
com a certeza de que muitos outros virão
e que com a mesma leveza irão embora.

Ah, eu? Eu não me importo.
Seja vivo ou seja morto,
olhos abertos ou fechados,
eternizo-me nestes versos
propositadamente mal rimados.

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